Com o tempo, chega um momento em que você cansa, recolhe sua cadeira e sai da varanda, pois os amanheceres, os fins de tarde e as noites já não tem mais novidade, já não fazem mais diferença nos dias que passam, e após entrar você ainda nutrido por sentimentos intensos que fazem parte do seu eu, volta, coloca sua cadeira de volta no mesmo lugar e fica a observar.
Entre um fechar e abrir dos olhos você nota que tem algo diferente, entre um entardecer e um amanhecer algo brota naquele chão tão conhecido e batido, e você se propõe a observar para ver o que pode ser.
Suas primeiras folhas são tão intensas, em tons de verdes que há muito tempo você não via, e isso desperta um interesse maior, você muda a sua cadeira para o lado daquela árvore que parece nascer e se propõe a molhar, cuidar, proteger.
Entre um dia e outro você nota que o seu crescimento é diferente, ele é rápido, é forte, os tons de verdes se multiplicam a cada dia e o brilho das folhas é intenso, é vivo.
A cada dia você se anima mais com aquilo e claro que o seu cuidado é muito maior, e nesse mesmo ritmo ela cresce, cresce e cresce de uma forma linda, forte, bem estruturada, seus galhos vão se espalhando de forma uniforme, cheios de folhas, essa forma só a deixa mais forte e resistente.
Ela já começa a fazer sombra, ou seja, agora ela te protege também, te cuida. Você nem quer mais sair de perto pelo prazer e pelas inúmeras emoções que isso lhe proporciona, ela segue a cada dia maior, mais bela, mais forte, mesmo que entre uma tempestade e outra alguns galhos se quebrem ou ficam sem folhas ela logo se recupera e vem com mais força, com galhos mais resistentes, com folhas mais brilhantes.
Um amor que começou com uma semente bem pequeninha, e já está com vários galhos, a caminho de dar frutos, mas com flores que despontam antes da frutificação, cheia de polinizadores que contaminam o que está a volta, na dança da natureza… no ciclo da vida.
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