HOMEM 100% HÉTERO, ESPÉCIME EM EXTINÇÃO

 

 

Oi, vamos às explicações para que eu não seja linchado, pois, ao reler este texto hoje, 13 anos depois de ter sido escrito, ele ainda pode soar como preconceituoso. Mas não é! É apenas algo para se divertir

Como já disse, o site havia saído do ar e estou repostando meus textos. Junto com os antigos, há coisas novas, sim. Na época, eu escrevia muito mais poemas e fui meio que obrigado a criar dois heterônimos (Alzira e Gustavo) para poder escrever coisas diferentes e mais polêmicas, já que os leitores da época não “aceitavam” outros textos meus, do Salum, que não fossem poemas “cor-de-rosa”. Porém, os textos da Alzira e do Gustavo foram bem aceitos. Depois de um tempo, “matei” os dois e assumi todos os textos, tocando o foda-se .

Na época, Alzira — ou eu, enfim — recebeu muitos e-mails desaforados. De certa forma, até concordo, mas também recebi muitos e-mails de apoio. Hahaha..

Heterônimos são nomes e personagens fictícios criados por um autor para revisar obras com estilos literários diferentes.

 

O texto:

Ontem, sentada em um banco no shopping, observando o tempo passar, surgiu à minha frente um belo exemplar de homem 100% hétero. Sim, posso dizer com certeza: era o perfil perfeito. Não era lindo, mas era charmoso. A barba por fazer não estava desenhada, era natural mesmo. Tinha uma leve barriguinha, deliciosa. Vestia uma calça jeans e uma camiseta, e nenhuma das duas era colada ao corpo. Usava um tênis branco comum — nada de Prada, Gucci ou YSL. Nos dedos, apenas uma aliança na mão esquerda. Seus cabelos claros, quase loiros, eram curtos, com um corte tradicional, sem nada de moderno. Em um dos bolsos, pendia um chaveiro prateado discreto.

Aquele espécime raro parecia procurar algo, mas eu não sabia o quê. Cheguei a pensar em levantar a mão e dizer: “Oi, estou aqui!”.

Observando aquela figura, pensei: Espécime em extinção. Lembrei-me do livro “Seu Príncipe pode ser uma Cinderela”, de Ticiana Azevedo e Consuelo Dieguez, que li há um tempo. No início, discordei delas em alguns pontos, mas hoje, vendo aquele homem, concordo com tudo. E me questiono: será que nós, mulheres, não somos as responsáveis por esse tipo de homem estar em extinção?

Independentes, exigentes, donas de si, muitas de nós com produção independente e vida financeira estável (ou até melhor que a deles), cobramos que eles se cuidem, não tenham barriguinha, usem roupas modernas e afins. Será que essas cobranças não acabaram levando os homens a um mundo no qual nunca haviam prestado atenção? E, ao chegarem lá, não acabaram se fascinando, gostando, e, depois de gostarem, procuraram estar com quem se identifica com esse mesmo mundo — ou seja, outros homens?

Algumas mulheres podem achar isso uma loucura, besteira ou sei lá o quê, mas pensem nisso. Quantos homens, depois de casarem, terem filhos e uma vida em um casamento hétero, optaram por desfazer tudo isso e viver sua orientação, sua liberdade — quem sabe, sua felicidade? Não estou dizendo que eles “se tornaram” gays por causa dessas cobranças, mas que talvez tenham apenas despertado para algo que estava adormecido. Há inúmeros casos desse tipo, e o número só cresce.

Será que, se fôssemos mais “Amélias” — não submissas, mas menos comparativas, menos exigentes em relação aos direitos iguais (sem, claro, abrir mão da inteligência) —, esse tipo de homem ainda existiria? Será que, se fôssemos mais frágeis no sentido de querer proteção, e escolhêssemos estar com um gordinho, careca, que usa xadrez com listrado, esse espécime não estaria em extinção? Não sei… não sei… não sei.

O relato acima reflete apenas o que me passou pela mente em cinco minutos, observando talvez um dos últimos espécimes do homem 100% hétero — se é que isso ainda existe. Esse tipo de homem cujas preocupações são manter sua fêmea e crias, procriar, ter prazer, beber cerveja e ver futebol. Ele não se importa com cremes, academias, modas ou baladas. Ele só quer ser macho, 100% hétero.

Mulheres, estamos no mesmo barco. Nosso barco pode afundar ou não chegar a lugar algum.

P.S.

“Inventei de experimentar a IA e pedi para ela criar uma imagem baseada no texto acima. Ela criou essa imagem que ilustra o texto. O que você acha? Essa imagem representa um homem

Olhem só, eu joguei esse paragarfo acima para ela corrigir e ela se manifestou sozinha quanto a minha duvida da capaciade dela enviando o texto abaixo. Onde vamos para? Assumo que me assusta um pouco.

Quanto à sua dúvida sobre a IA criar uma imagem representando um “homem 100% hétero”, é importante lembrar que a IA gera imagens com base em padrões aprendidos a partir de grandes detalhes de dados, mas não pode interpretar aspectos subjetivos como identidade de gênero , orientação sexual ou outras características humanas com precisão absoluta. Se você quiser, posso ajudá-lo a revisar ou gerar uma nova imagem com base em um conceito mais claro ou específico.

 

 

 

 

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