Escrevi ontem, hoje e sempre sobre o amor.
E o que eu sei dele?
É muito fácil escrever, dar conselhos, dar força e erguer os amigos quando estão mal, mas… e eu?
Sabe, tem horas que eu canso. Essa imagem de muralha, de frieza, de que não estou nem aí para os outros ou para “o outro”, não sou eu. Não faço isso para impressionar ninguém; é simplesmente o meu jeito. Externo. Porque o interno é bem chorão, é frágil, é meloso, é cuidadoso. E tem dias que está bem mal.
Existem dias em que prefiro me aliar a um Lexotan e dormir, só para esquecer o dia. (Mas nunca fiz.)
Sei que é bem ilusório, pois o que me fere estará lá no dia seguinte, esperando eu acordar. Mas é um alívio momentâneo.
O amor está no ar. Se está para você, agarre-o com unhas e dentes, pois eu, mais uma vez, não consegui fazer isso. Desta vez, achei que estava fazendo tudo certo, mas, depois de um longo papo, vi que, mais uma vez, estava errado.
Quem sabe o tempo que me dei foi pouco? Não sei. Apesar desse meu jeito narcisista, de me bastar, eu sei que não nasci para estar só. E estou só há muito tempo. Isso me entristece.
Talvez as pessoas que convivem comigo estejam lendo e não acreditando, mas, sim, acreditem: quando estou sozinho é quando estou mais triste. Sei que não deixo isso transparecer. Talvez seja uma defesa própria, inconsciente, não sei. Mas prefiro guardar para mim e sofrer só.
O que estou escrevendo aqui nem sei se virá à tona ou se será só mais um dos textos que faço para dividir com a tela a minha tristeza e, depois, deleto.
Engraçado que, ontem mesmo, eu disse que nunca se sabe como amar, pois somos diferentes e tal. E hoje estou aqui me perguntando: onde foi que eu errei? Nunca vou saber.
É como dizem: “Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço.”
Se eu fizesse metade do que digo aos outros, quem sabe não sofreria tanto? Passo tanta força e positividade… mas, e para mim?
Como diria um amigo paraguaio: “Más un soltero recuperado.”
Nada contra os solteiros, é uma fase muito boa, mas prefiro estar no outro grupo.
E agora? Se a minha meta de sofrer são 12 horas, e sei que não vai ser só isso… o que faço?
Jogo tudo para o alto?
Choro todo o sentimento que está aqui dentro?
Escrevo?
Deleto?
Peço uma chance?
Pedir uma chance parece jogo baixo com quem termina. Afinal, se quisesse continuar, me chamaria para uma conversa para acertarmos os ponteiros.
Mas fim é fim.
E eu, que jurei não mais fazer planos, não mais sonhar, imaginar e fazer loucuras… fiz tudo isso.
O amor está no ar. E quem disse que ele, no ar, não pode ser fim?
É, faltou eu pensar nisso. Pode ser começo ou fim.
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