#NOMEUCONSULTÓRIO 10 – TRAIÇÃO

 

E há quem diga que eu não sou psicólogo. Você acredita?
Pois é, nem eu

As rosas murchas de ontem foram trocadas, e cá estamos, voltando a falar de assuntos polêmicos que povoam as mentes não só de gays, mas de tudo ser humano. Ah, obrigado às mulheres héteros, LGBT+ e todas as outras letras que se manifestam. É uma pena que as pessoas ainda tenham recebimento de se posicionar publicamente, mas as mensagens inbox também são bem-vindas. Homens héteros? Cadê vocês? Tirando os cinco assíduos que temos no site…

Voltando aos assuntos polêmicos, que não deixa de ser fatos pelos quais todos nós falamos: hoje, adivinhem quem chega aqui?
Sim

Quando se fala dela, é melhor fazer o papel de advogado do diabo.
Que
Quem

É um assunto bem complicado, pois cada lado tem suas razões. Se elas são justificáveis ​​ou sinceras, então o casal pode decidir. Eu disse “decidir”, porque acreditar é outro papo.

Não vou entrar na questão de se já fui traído ou se já traí, até para não parecer que minha opinião é consequência de algo ou de alguém. Eu saí bem, né? Ai, que peso na cabeça! (rsrsrs).

Existe uma traição. Definição para ela? Não.
Não há uma definição única para traição. Assim como surgem diversos tipos de relacionamentos, há também várias formas de traição.

Nos textos anteriores, já recebi comentários de pessoas com diferentes arranjos: alguns têm relacionamentos abertos, outros monogâmicos, outros a três; há quem viva o poliamor… Enfim, as pessoas estão se adaptando para serem felizes.

Volto a repetir: o combinado não sai caro . A partir do momento em que as coisas são conversadas e um acordo regulamentar é previsto, é muito mais difícil do que uns machuquem os outros. Não estou dizendo que esses acordos nunca serão quebrados, mas as chances são bem menores.

Li uma opinião de um psicólogo que citou o caso de alguém que descobriu conversas do namorado no Grindr (um aplicativo de encontros para gays, héteros, bissexuais, etc.). Claro que isso gerou uma discussão, mas também houve diálogo. O namorado jurou que não passou das conversas e disse que aquilo lhe dava uma certa liberdade. Esse foi o relato.

Então, é traição ou não? Dependência. Sim, depende de cada um.

Quer um exemplo claro? Eu acho o cúmulo alguém perguntando ao parceiro se ele ou ela se masturba pensando em outra pessoa. Caraca, isso é pergunta que se faz? Se alguém acha normal, me desculpe, mas considero desnecessário. E tem gente que faz essa pergunta! Uma pessoa pode se calar, dizer “sim” ou “não”, e, daí, o caos está instalado.

Alguém comentou, em outro texto, que traição para ele é o marido ter relações fora de casa sem camisinha e não contar. Estão horrorizados? Pois não fique. Para eles, o relacionamento aberto foi a melhor solução. Neste caso, concordo: a traição é não se cuidar e expor o outro.

Às vezes, esses contrastes me deixam atordoado. Enquanto uns acham que pensar em outra pessoa durante a masturbação é traição, outros permitem que o companheiro tenha práticas sexuais fora do casamento. E viva a diversidade! Viva as diferenças! Viva as escolhas!

Estamos caminhando, de forma muito rápida, para um mundo onde cada ser humano busca sua própria maneira de viver, de fazer sua parte e ser feliz. Coisas simples, que foram tão reprimidas por leis e valores hipócritas, aos poucos estão caindo por terra. Esse futuro já não está mais batendo à porta; ele está sentado na sala.

Existem inúmeras formas de se sentir traído, e não apenas nas relações afetivas ou sexuais: também em amizades, no seu familiar, ou no meio profissional.

Acredito que a traição possa surgir por questões culturais, carência, insatisfação em relação aos desejos e expectativas com o parceiro, vingança, busca pelo novo, sensação de perigo (aliás, sejamos sinceros: adrenalina dá uma baita tesão!) ou até mesmo desejo de poder. Ela pode assumir muitas faces.

Com o tempo, aprendi que a melhor maneira de lidar com uma traição é o diálogo — de preferência, antes que ela aconteça. É difícil, quase impossível, pois nos esquentamos, ficamos furiosos, o sangue ferve e ficamos cegos. Mas é aí que mora o perigo: podemos fazer coisas das quais nos arrependeremos depois.

Você já fez algo que me arrependi? Sim, mas não foi trair ninguém. Só o tempo e as experiências nos trazem maturidade.

Vamos tirar a palavra traição do pedestal? Sim, porque ela ocupa um lugar muito alto. Todo mundo diz que aceita tudo, menos traição. Claro, excluindo aqueles adeptos de outros tipos de relação.

Se pararmos para pensar com sinceridade, encontraremos muitas outras coisas que não aceitaríamos ou que preferiríamos não passar no lugar de uma traição.

Talvez um ato sexual perdido em uma noite seja apenas um desabafo, um erro, um impulso. Mas e aquela traição que se estende por dias ou meses, com mensagens trocadas todos os dias? Ah, mas “não fez sexo, então não é traição”? Desculpem, mas, para mim, essa é a pior traição: a que envolve sentimentos. A pior traição é aquela feita contra você mesmo.

Então, não se traia, em primeiro lugar. E, se alguém te trair, mantenha a calma. Pare, pense e converse. Sendo sincero consigo mesmo, você saberá se aquilo é de fato uma traição ou não.

E, sim, surge a velha pergunta: como confiar de novo? Isso já é outro assunto, mas está garantido. Afinal, se você decidir por perdoar, será obrigado a esquecer. Caso contrário, sua vida será um inferno.

Traição é algo sobre o que ninguém pode opinar. É pessoal, único. Cada situação é diferente. Só peço uma coisa: antes de expô-la nas redes sociais, aos amigos ou à família, pense bem e tente resolver. Pior do que ser traído ou trair é, depois de todo o escândalo, postar foto romântica comemorando meses ou anos de namoro. Puta que pariu! Tenha vergonha na cara.

Não haja por impulso. Nesses casos, ser frio é a melhor saída.
Descobriu? Tenha certeza.

E dizem por aí que eu não sou psicólogo!

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