#NOMEUCONSULTORIO 11 – QUANDO AS TUAS CAMINHADAS FALAM MUITO SOBRE VOCÊ. E VOCÊ? CAMINHA? DEVERIA

 

E há quem diga que eu não sou psicólogo. Vocês acreditam?
Pois é, nem eu.

E as minhas caminhadas, quão bem me fazem! Descobri muitos benefícios delas: baixei o colesterol, os triglicérides e saí de um quadro de pré-diabetes. Sim, magro desse jeito, mas descobri como faz bem aos olhos, à boca, além do corpo e da mente.

Se tem um órgão meu que anda satisfeito, são eles — os olhos e a boca. Vivem alimentados! Ah, e a minha mente… Sim, posso dizer que não troco minhas caminhadas e minhas músicas por nenhum psicólogo.
Bem, na verdade, tem um que eu trocaria, sim.

Já fazem três meses que estou nessa terapia diária, e muitas coisas acontecem. Muitas coisas não acontecem. E, claro, tem aquelas que eu queria que acontecessem. Mas é uma terapia maravilhosa: coloco minhas músicas, pego minha garrafa d’água e sigo. Corro um pedaço, caminho outro, e lá vem ela, todo dia, toda de preto, de roller com rodinhas vermelhas que acendem. Casada, bonita. Todo dia me olha nos olhos.

Na verdade, não sei o porquê. Tudo bem, não sou feio ao ponto de olharem por isso — ou deixarem de olhar. Mas todo dia?

Tem o Fabinho nesse percurso. Nas minhas primeiras passadas, olhei para ele. Claro, ele é bem bonitinho. E percebi que ele começou a olhar de volta. Está cada dia mais à vontade. Agora, ele até cumprimenta. Acho que está com o armário aberto.

Hoje, uma figura que está sempre por lá — mais ou menos 1,68m, cabelo estilo Grace Jones (muitos nem sabem quem é) em Conan, o Bárbaro… Esse tipo de cabelo só os mais velhos, dos anos 70/80, vão entender — me parou e pediu as horas. Ele estava de fone, como sempre. Olhei no celular e disse. Ele agradeceu e partiu.

Após três passos, apliquei a técnica dos três passos. Hã? Você não sabe o que é?
Passou o boy, deu três passos, olhou para trás para conferir. É isso! Quando virei, ele também estava virado. Eu só sorri e segui.

Vou até o aeroporto e volto. Às vezes até entro para ver se vejo o Xu, mas ainda não tive essa sorte. Hoje, Duda viu ele e disse: “Uau! Quem sabe não é ele que vai te salvar.” Quem sabe.

Tem aquele casal de meninas que parece foto de anúncio. Sempre sentadas juntinhas, de frente para a imensidão que é a noite. E têm um perfume… Não sei qual, mas dá vontade de parar e perguntar.

Ah, falando em perfume, tem o tiozão. Com todo respeito, aquele dava para abrir um asilo e cuidar. Além disso, usa L’Eau d’Issey Miyake. Hum, que delícia passar por ele! Aquela mistura de testosterona com perfume.

Sem contar aquele skatista que vem de mansinho até você. Ele está estudando para concurso. Aí, a gente troca leis, etc. e tal.
Se já passou disso? Já, sim. Mas isso é outro papo. Ou texto.

Quem não vejo há algum tempo são aquelas meninas do churros. Pois é, sumiram.

Outro que não vi mais foi aquele carinha conhecido meu. Quando me viu todo de preto, com uma camiseta de caveira, até desviou de mim. Ele disse que estava sem óculos, mas acho que foi desculpa, hein.

Essa é uma rotina que Michel tem e que, a cada dia, traz uma novidade. Ele diz que essas caminhadas estão fazendo muito bem. Analisando e imaginando coisas.

Enfim, quanta coisa pode acontecer em uma caminhada? Tudo ou nada. A questão é que somos mais um e, às vezes, nos achamos tanto…

As pessoas vão e vêm. Algumas desligadas do seu dia tumultuado, outras ainda totalmente ligadas. Tem aquelas que desligam de tudo e as que não desligam de nada. Como eu. Mas também sou mais um. Mais um que vai, mais um que vem. E quem sabe quantas outras coisas não acontecem nas minhas caminhadas?

O que importa é darmos sequência ao ciclo da vida, que é muito curta para ser desperdiçada com bobagens, como preconceitos, diferenças de classe, cor ou credo. Cada um com seu cada um, da sua maneira, do seu jeito, com suas escolhas. Problemas? Todos temos. Mas parar e esperar que eles se resolvam também é uma escolha.

O que não é escolha é que a vida não vai parar para esperar você. Ela segue, e não é devagar.

Esqueçam as diferenças, as desavenças, as mágoas e as tristezas. Vamos sair por aí, andar e sorrir. Um sorriso pode mudar o dia — ou até a vida — de quem o recebe e de quem o dá também.

Leve sempre luz no seu sorriso e com você, onde quer que seja. Porque quem leva luz é sempre o primeiro a ser iluminado. Já dizem por aí.

Viu? E ainda dizem que eu não sou psicólogo!

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