E há quem diga que eu não sou psicólogo. Vocês acreditam?

Pois é, nem eu.

E qual o problema se eu não faço questão de manter um relacionamento duradouro?

Se prefiro me relacionar com várias pessoas sem assumir um compromisso, tem algum problema nisso?

É assim que Fábio inicia nosso papo.

Alguns psicólogos voltam à infância e dizem que, por este ou aquele motivo, ocorreu isso ou aquilo. Mas, se neste caso, o menino foi criado por pais muito presentes e afetuosos, que sempre valorizaram a independência, autonomia e responsabilidade pessoal — tudo coisas que o menino é hoje, já um homem feito — por que esta união dos pais não o afetou, então? Não o induziu a ter um relacionamento sério e duradouro?

Continuo achando que, para o ser humano, não existem respostas engessadas. Existem propostas de se viver melhor e se adaptar a cada uma das situações impostas.

Não vejo problema em quem não quer manter um relacionamento sério, desde que ele ou ela se sinta bem como está. Aliás, tem um ex meu que eu acredito ser muito feliz sozinho. Sim, acredito que existam pessoas assim, que se bastam. Esse mesmo ex está sozinho desde que terminamos nosso relacionamento em 2015, e ele sempre dizia que vive muito bem sozinho (tomara que eu esteja errado com relação a este ex, rsrsrsrs).

Mas e quando a pessoa não quer manter um relacionamento, mas diz que queria estar com todos os ex?

Tá bom, já vão crucificar o coitado. Isso não é safadeza, se for um jogo aberto, um acordo múltiplo. Pior são os que mantêm vários relacionamentos escondidos; é chifre pra todo lado.

Será que entraríamos, então, no poliamor? Talvez. Tudo depende de como as pessoas se sentem. No poliamor, todos sabem que existem outras pessoas e existe afeto e desejo sexual mútuo. Cada vez que falo no poliamor, me pergunto se não me encaixaria nele.

Sim, pois hoje solteiro, e já tendo passado por vários namoros, às vezes penso que seria muito bom ter todos. Todos não, tem alguns que quero que nunca mais cruzem o meu caminho, mas a maioria sim. E, ao mesmo tempo, penso que isso é impossível, então esta lista já diminuiu para dois dos ex e uma lista em branco de pretendentes, que… continua em branco.

Seria o poliamor a liberdade do amor entre as pessoas? Liberdade consciente.

Acredito que é um assunto e uma opção nova, de certa forma. Ainda são poucos os que conseguem se adequar a isso, mas acredito que sejam felizes. Pois, cá com os meus botões, se eu conseguisse reunir alguns dos meus ex e, entre nós, todos se amassem, que coisa boa ia ser.

Mas eu sei que não sou uma pessoa fácil. Ia querer ser o chefe da tribo. Ou isso seria um detalhe do sangue libanês que corre nas minhas veias, e eu estaria querendo um harém? Será que esse sangue árabe que corre nas minhas veias é o que faz manifestar essa coisa de ser o… dono do harém?

Já estou vendo o poliamor com outros olhos. Não sei não, se eu não fosse o Sheik da situação, se me adaptaria. Já, se o harém fosse meu, com certeza me adaptaria!

Essas minhas opiniões muitas vezes me colocam em cada saia justa. As pessoas precisam aprender a ler sem julgar quem escreve, hein! Mas vamos lá, um julgamento a mais não vai me derrubar.

Egoísmo? Sim, pode até ser. Acho que, quando o assunto é relacionamento, sou egoísta, sim. Assumo. Talvez por isso esteja solteiro ou não me adapte a um relacionamento a três, ou a colocar um terceiro esporadicamente. Até aceitaria, mas sou tão cheio de restrições, a meu favor, claro, que é melhor desistir. O que é meu, é meu.

Enfim, estar com alguém sem um compromisso firmado é problema? Não vejo como tal.
Acredito ainda que queremos e precisamos ser felizes, e cada um procura o seu jeito, mas sem nunca esquecer que existe um futuro e você está preparado(a) para estar só quando não tiver mais sexo, beleza física e vida agitada?

É melhor se fazer essa e algumas outras perguntas. Mas isso nada impede de quem fez esta opção viver assim, sem compromisso, e deixar isso para mais lá na frente ou para nunca.

São as nossas escolhas e elas interferem, sim, muito na nossa vida, no nosso futuro e em quem somos e vamos nos tornar. Mas elas… são só nossas!

Viu? E dizem ainda por aí que eu não sou psicólogo!