Quem sou eu?
De onde vim?
Para onde vou?
Talvez perguntas que, por mais que tenhamos respostas, sempre nos deixam com um vago, com uma grande interrogação, para podermos questionar sobre muito mais “quens”?
Como sou?
Esta sim, talvez uma das mais complexas perguntas feitas. Afinal, existe uma regra de como ser ou somos seres únicos, feitos à imagem e semelhança dele?
O “como sou” tem transformado as pessoas, tem gerado muitos conflitos, dores, surpresas, mas também uma nova descoberta de amar.
Sem menosprezar quem quer que seja, somos diferentes. E quando nos perguntamos “quem sou eu?” ou “como sou?”, podemos descobrir muitas coisas, podemos descobrir muitos sentidos, muitos valores e muitos pré-conceitos. Sim, o bom e velho pré-conceito. E estou falando dele conosco mesmos, sem citar o dos outros.
Quando se descobre “como sou”, muitos descobrem que sentimentos não têm sexo, que podemos sentir por um homem o mesmo que sentimos por uma mulher e vice-versa. Isso é complicado no começo, criam-se muitos atritos, geram-se inúmeros “porquês”, mas com muitas cicatrizes conseguimos responder. E aí, depois de ter a resposta, vem o enfrentar, o se impor, claro, que tudo isso de um modo sociável.
Descobrimos que podemos amar um homem, que podemos ter ciúmes, preocupação, cuidados, que pensamos nos problemas dele e nos nossos, que o queremos sempre junto conosco e com nossas famílias, que queremos constituir uma família com ele e usufruir de todos os direitos dos seres humanos. Afinal, somos também seres humanos.
Descobrimos que estar junto com aquela pessoa nos faz um bem incrível, que temos atração por ele, excitação, sim, como qualquer ser humano, como qualquer animal.
Aos olhos dos outros, talvez tudo isso seja rotulado como safadeza, sem-vergonhice, falta de surra e muitos outros adjetivos que já foram dados.
Mas do outro lado, tem um ser humano igualzinho a você, formado de água, pele, sangue, cérebro e um coração cheio de sentimentos. Tem um ser humano que, às vezes, por não entender isso tudo, se culpa e se pergunta: “Por que comigo?”
Só quem vive este outro lado sabe das dores, das angústias, das feridas, da descoberta de que podemos ter sentimentos assexuados, que os nossos sentimentos estão encrustados em nossa alma e não em nossos órgãos reprodutores.
Até isso ficar bem claro e bem aceito na cabeça de cada um, é uma longa jornada, jornada que já tirou várias vidas por falta de apoio, de carinho, de entendimento, de diálogo.
Hoje podemos dizer que as coisas estão mais fáceis, que temos mais apoio, que as pessoas entendem mais.
Afinal, estamos em um mundo onde somos livres para viver e sentir o que queremos e com quem quisermos.
Hoje estamos nos igualando a apenas seres humanos e nada mais que isso. O que cada um faz com seu sentimento, com seu corpo, é problema de cada um, e isso não me torna mais ou menos homem que você, você ou você.
Não é um pênis que vai determinar a minha masculinidade, não é um pênis que vai definir se sou homem, mulher ou anjo.
O que define cada pessoa é a sua cabeça, a sua conduta, o seu caráter.
Estamos de volta neste mundo para evoluir, e evolução significa entender, aceitar e conviver. Estamos subdivididos em muitos grupos pelo mundo todo, e cada grupo tem a sua característica única, a forma de como ser e de como viver. E por que não respeitar isso de uma forma simples e humana?
Sou como sou, faço o que faço e, da mesma forma, respeito você da forma como é e da forma que você faz.
O ser humano é uma criatura tão bela em seu todo, tão simples, mas insistimos em criar confusões e atritos para a nossa convivência.
A minha liberdade vai até onde começa a sua. O que seria do preto se todos gostassem do branco?
Estamos caminhando para evolução sempre e, nesse caminho, precisamos nos permitir provar o novo e decidir se queremos ou não, e, acima de tudo, respeitar a escolha de cada um.
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