É, a adrenalina ferve com os prazeres de ser um caçador ou uma caçadora. Não posso negar que é delicioso, é a adrenalina que percorre o corpo, é a autoestima que infla, é o poder doce da sedução, não podemos negar. Mas, como em toda e qualquer caçada, não sabemos quais são as armas da nossa presa, nem que artimanhas ela pode usar para se defender.

Mais perigoso que a nossa presa é a nossa própria arma: o “amor próprio” que temos e que nos dá a segurança de que a caçada será apenas uma noite de sexo. Mas isso pode nos pegar de surpresa, e daí…

O que não podemos nunca esquecer é que podemos ser traídos pelos nossos próprios sentimentos. Uma simples noite de sexo pode virar namoro sério, e pode piorar: pode ser só você a se apaixonar pelo boy. E, quando isso acontece, você, caçador, chega ao ponto de dispensar outras presas interessantíssimas que, um dia atrás, seriam devoradas pelo seu apetite sexual.

Ah, tão dóceis, amáveis, sinceros, doces e aveludados, se pode dizer, são os sentimentos. E tão traiçoeiros quanto a mais venenosa serpente também. Com sentimentos não se brinca, já dizem. Sejam eles de qualquer forma, sejam eles destinados a quem for, homens ou mulheres, não sabemos quando e nem como eles nos apunhalarão. E, quando o fazem, o golpe é fatal. Não tem volta: você se envolve, você se cega, a sua vida vira de cabeça para baixo. Você não tem mais limites, não tem mais medo, e muito menos precaução ou razão. Tudo gira em torno de um coração.

É, esta é a pior caçada, quando nem percebemos e, de caçadores, passamos a ser caçados sem notar. E, quando isso acontece, ficamos de frente com as armadilhas, ficamos cara a cara com o caçador ou a caçadora e não vemos o perigo que corremos.

Todo cuidado é pouco, principalmente quando a sua única vontade é uma ou duas noites de sexo. Tudo tem seu preço, até as mais deliciosas, ousadas e excitantes caçadas.