E há quem diga que eu não sou psicólogo. Vocês acreditam?
Pois é, nem eu.
Salum, sobre a sua mensagem de bom dia hoje, 30/12, sinceramente, ela me deixou mal. Digo isso porque acredito que, nos últimos dias, andei plantando coisas que sinceramente não quero pensar na colheita.
E foram coisas mal feitas para mim mesmo. Como você sempre diz: “Michel, por que você é tão mal com você mesmo?”
Falei coisas em que não acredito, fiz sexo com quem não queria, beijei quem não tinha vontade, me envolvi em situações que, de certa forma, condeno. Me senti um bosta no meio disso tudo. Quis sumir. Na verdade, o seu bom dia de hoje foi uma facada na minha essência, no “quem sou eu”. E você me conhece, sabe que não sou santo, mas eu sempre fui muito fiel a mim mesmo, e, nestes últimos dias, joguei tudo isso ao vento. Tem horas que eu mesmo não me reconheço.
Fiquei quieto por um momento, e ele, sentado no sofá aqui em casa, com uma cara que nunca havia visto. Era nítida a decepção dele com ele mesmo.
Iniciei dizendo: “Como eu sempre digo: por que você é tão mal com você mesmo? Por que você tem que ser o certo ou o perfeito? Qual o problema em se sacanear?”
Michel contou em detalhes o que fez, mas isso é para outro texto que se chamará RESSACA SEXUAL, e há um motivo para isso que vocês vão saber quando lerem.
Cara, seu 2024 não foi fácil. Quando você achou que tudo estava certo, a vida resolveu te dar uma rasteira, e você não se deixou cair, pelo menos até agora. Tudo bem, acredito que você tenha quebrado a principal regra: ser fiel a você mesmo. Mas quem sou eu ou qualquer outra pessoa para te julgar e dizer que você está certo ou errado?
Todos podemos acabar nos traindo. O seu problema, ao meu ver, é que você é muito autêntico, verdadeiro, de personalidade forte. Você é quem você é. E isso talvez te deixe inconsciente, de uma forma que acredita que não seja vulnerável, que não sofra, que para você tudo se resolve com um sorriso. Mas a vida não é assim.
Você, ou qualquer outra pessoa, tem suas feridas, suas cicatrizes. E, por mais que as tampe com roupas ou curativos, uma hora elas vêm à tona: inflamadas, doloridas e cheias de pus.
Talvez a rasteira que a vida te deu este ano seja um simples aviso: você também é vulnerável. Você também precisa de colo e cuidado. Mas não, você está sempre dando colo e cuidando de todos, e esquece de você. E, quando as feridas explodem, o que você faz? Pede colo? Não, foge para coisas que ferem a tua essência, como se fazer isso fosse resolver. Fugir, fazendo coisas que lá no fundo não é o que queremos ou quem somos, é a pior saída.
Eu te disse uma vez que isso ia acabar acontecendo, que você ia se trair. E ainda disse: “Espero que isso não se inicie em uma mesa de bar, porque o álcool vai te deixar forte e valente.” E lá foi você e fez. E agora está aí.
Não acredito que, no seu caso, isso seja uma colheita, porque o rebote disso tudo está aqui hoje, é imediato. Mas se martirizar não vai resolver. Vomite essa merda, levante a cabeça e foda-se o que você fez (que, na verdade, nem foi muito sério). Mas eu te entendo. Quando traímos a nossa essência, parece o fim do mundo.
Evite aquelas situações. Evite cair de novo, porque, pelo que falou, está fácil acontecer. E lembre-se de uma coisa: você é o mais importante. O seu “eu”, a sua essência, ser quem você é. O que você fez não muda quem você é. Todos fazemos coisas que não gostaríamos de ter feito. E fazer o quê?
Vomite essa merda. Tome um banho. Fique limpo, lindo e cheiroso. Coloque esse sorriso largo no rosto e vá viver. Porque você, e qualquer outra pessoa que tenha feito isso, tem que ter consciência de que o seu “eu” é a coisa mais importante. Ser quem você é.
E, a partir do momento que você está aqui todo para baixo porque se traiu, está aí o impulso que você precisa para recomeçar e procurar não cair mais nessa. E, quando estiver precisando de colo, seja vulnerável e não saia fazendo merda.
Beijo. Te amo.
Viu? E dizem ainda por aí que eu não sou psicólogo!
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