A música De Janeiro a Janeiro mexe muito comigo. Qual música? Essa mesma. Não dá para segurar—ela me inspira de tal forma que é incontrolável. E aí está…

Uma vez… de Janeiro a Janeiro.

Uma vez eu disse que te amaria de janeiro a janeiro.
Não deu muito certo—te amei apenas de abril a setembro, e o tempo (ou você) se encarregou de romper esse ciclo.
Se passaram mais janeiros e janeiros, e o mesmo tempo (ou você) resolveu reiniciar isso.
Te amei de janeiro a janeiro, de junho a fevereiro, de agosto a dezembro… O mundo não acabou, apenas o amor nos deixou. Ou você o deixou ir embora.

Entender um amor é quase impossível.
Manter um amor é sentir, é despir-se de tudo e de todos, é desbravar e não ter medo de se machucar.
Amar é abrir mão, desfazer-se, receber, aprender, transformar o “não” em “sim”, as lágrimas em sorrisos e as pedras em pétalas.
Amar é deixar o pensamento ir, bem devagar—não deixá-lo escapar—e se entregar de corpo e alma, pleno, sem receios, angústias e, no fundo, sem pensar muito. Apenas sentir.

Amar é olhar no fundo dos olhos, mesmo que eles estejam fechados ao seu lado, e, assim que abrirem, dar um largo sorriso de “bom dia”.
Amar é acreditar que o amor que sinto é—e sempre será—de janeiro a janeiro.

Mas o tempo (ou você) se encarregou de mostrar que amar também é abrir mão, é abandonar, é afastar-se e, apenas de longe… cuidar, presenciar, sorrir e, às vezes, até chorar.
É deixar o pensamento vagar, perder-se em muitos outros e perguntar: O que é amar?
Perguntar se as loucuras do amor—que nos fazem chorar—são pétalas ou espinhos, se machucam ou acrescentam.

É ter certeza do que se sente, de como se portou e do quanto lutou.
E se você não entendeu pelos meus sentimentos, não entenderá pelos poemas, nem pelos sorrisos, abraços e beijos que já te dei.

Te amei de janeiro a janeiro.
Acreditei que meu amor não fosse passageiro…
Acredito que ele será… até o mundo acabar.

De janeiro a janeiro.