E há quem diga que eu não seja psicólogo. Vocês acreditam?
Pois é, nem eu.

Depois do texto publicado sobre fetiche, parece que alguns leitores se soltaram e resolveram contar sobre os seus.

Tiago, depois de muito tempo quieto, chega meio afobado e diz: “Tenho receio de transar com gente careta, frígida e limitada! Tenho vários fetiches: homem suado — tipo trabalhador braçal ou pós-treino da academia —, chuva dourada, pés, meias sociais, homem usar meias femininas (aquelas que vão até o meio da coxa), uns tapas, cuspe… Se o cara for liberal, a coisa rola solta!”

Nem todos ele já realizou. Acredito que muitos de nós temos receio sim, porque, infelizmente, grande parte das pessoas é hipócrita — e não é um pouco hipócrita não, são muito hipócritas. Mas ele namorou um cara que confessou ter vontade de realizar um fetiche e que, para sorte dos dois, ambos queriam… chuva dourada.

Eu sei que muitos torceram a cara, mas foda-se: o mijo foi em vocês? Vocês que se excitaram? Não, né? Então fica no seu quadradinho.

“Ah, Salum, você tá defendendo é porque tem esse fetiche!” Não, esse não tenho. Mas, como disse no texto “Vamos falar dos meus fetiches?” (que está na categoria “Histórias ou estórias”), eu agora, aos 54, estou me soltando e realizando alguns sim — mas este não está na lista, e não julgo quem quer fazer.

Tiago disse que foi bem interessante a experiência, e o parceiro confessou que a cara de tesão dele não negava o que estava sentindo. Como teve essa abertura, confessou que queria transar com o namorado logo após ele chegar da academia, todo suado — mas parece que o relacionamento acabou antes disso. Se bem que, na minha opinião, ou esse relacionamento foi muito rápido, ou vocês foram um pouco preguiçosos.

Mas, antes de terminar, Tiago comprou bolinhas tailandesas e mostrou ao parceiro, que, para sua surpresa, fez uma cara de espanto, horror… ou sei lá o quê. Mas acabou cedendo aos desejos de Tiago e, pelo jeito, gostou bastante, pois fez uma foto e mandou a um amigo — acredito que sugerindo uma brincadeira a três. Coisa que não rolou, até porque o amigo, depois, confessou que se assustou com a foto do brinquedo.

Pudores, todos temos. Mas que loucura a forma como dosamos, né? O cara acha super tranquilo mijar no parceiro (talvez até colocar um terceiro — tenho texto sobre isso), mas se espanta com a foto de um brinquedo erótico?

Quais os limites ou as regras que usamos para o pudor? Se é que isso tem… Afinal, existem fetiches que prefiro nem falar aqui, mas há quem goste!

Mas o que interessa é que, se você encontrar quem satisfaça os seus — tendo prazer —, realize. O seu tesão é seu, e só você pode vivê-lo.

Viu? E dizem ainda por aí que eu não sou psicólogo!