E há quem diga que eu não seja psicólogo. Vocês acreditam?
Pois é… nem eu.
Já falei tanto da saudade e da vida, mas tão pouco do passado.
Assim começa Miguel, em pleno sábado.
Pergunto-me: que urgência leva uma pessoa a marcar uma conversa “urgente” assim, em pleno sábado?
“Talvez porque o passado nem sempre nos traga boas recordações… não sei”, disse.
“Mas existe como viver sem ter um passado?”, indagou-me.
Por coincidência ou não, ontem li algo assim:
“PARE DE OLHAR PARA TRÁS. VOCÊ JÁ SABE ONDE ESTEVE, AGORA PRECISA SABER AONDE VAI.”
Concordo que é muito fácil de ler, né? Mas tão difícil de colocar em prática. Porém, não vou defender a parte negativa dessa frase; vou defender a parte boa, porque é assim que quero viver e é assim que quero que vivam.
Talvez não seja parar de olhar — pois precisamos ver algumas coisas para não repetir. Quem sabe eu diria:
“OLHE PARA TRÁS, MAS NÃO DEIXE OS ERROS DO PASSADO INTERFERIREM NO SEU PRESENTE.”
Sei e entendo: muitas pessoas tiveram experiências que deixaram grandes feridas e cicatrizes. E também sei que não é fácil perder o receio de que aconteça de novo.
Demorei muito tempo para conseguir não deixar essas cicatrizes interferirem no meu presente. Pois somos humanos e, sim, achamos que as pessoas são iguais; achamos que, se uma pessoa nos machucou lá atrás, essa de hoje vai fazer a mesma coisa.
Cicatrizes? Eu tenho, sim, e não são poucas: tenho infidelidade, tenho individualismo, tenho falta de companheirismo… São muitas, como qualquer pessoa que se predispõe a viver.
Mas, como a frase mesmo diz: se você já sabe o que tem lá atrás, por que ficar preso a isso?
Vamos descobrir o que tem à frente! Podemos estar com a pessoa que pode nos dar o que todos procuramos: a felicidade.
Deixar isso se perder por medo, receio ou por não dar a chance a essa nova pessoa de provar que é diferente? Não acredito que seja a coisa certa.
Sem o meu passado, eu não estaria aqui hoje. Não seria o que sou, não pensaria como penso. O nosso passado serve para, de vez em quando, olharmos para ele e vermos o que podemos ou não fazer — e como fazer para não errar de novo.
Infelizmente, ele não vai poder dizer se um novo relacionamento vai ou não dar certo. Só poderá lhe ajudar a não errar em atitudes que possam prejudicar essa nova relação — o que já muda muita coisa.
Ah, e não tenha medo. Não crie barreiras e muros de proteção. A vida é cheia de abismos, e se não cairmos em um ou outro, não teremos experiência nem maturidade.
Medo e proteção são coisas instintivas; atitudes e vontades dependem de querer. Não tenha medo nem receio do seu passado: sem ele, você não seria o que é.
VIVA A VIDA, VIVA O HOJE E O AMANHÃ!
Mas viva! Porque o que você tem é o agora — e são raras as segundas chances que a vida nos dá.
Viu,e dizem ainda por aí que eu não sou psicólogo!
Política de Privacidade.