#NOMEUCONSULTORIO 55 – SALUM, QUE HISTÓRIA É ESSA DE CAMINHO DA PERDIÇÃO?

 

 

E há quem diga que eu não seja psicólogo, vocês acreditam?
Pois é, nem eu.

Michel entra rindo e de cara, como sempre, questionando:
– Salum, deste jeito não vai ser fácil, que texto é aquele do Caminho da Perdição? E a foto? Quero ver.

Falando nisso, lembrei de uma tarde em Florianópolis, no verão passado. Aquilo não era só um caminho da perdição, aquilo era uma BR de mão dupla.

Estava no Bar do Deca, e com certeza você conhece, e sabe quando você está olhando tudo e todos?
Aliás, mais todos do que tudo. Então, eu estava assim, e naquele mar de corpos encontrei um caminho assim, da perdição, expondo-se ao sol: uma sunga amarela, pele dourada. Não sei o que me deu, mas pirei na hora e já comecei a imaginar como chegar até lá.

Primeiro, um bom reconhecimento do local, ver se não tinha nenhum vigia cuidando deste caminho.
Ninguém, estava só, o “caminho”, sua cadeira, sua toalha e o protetor. Pedi uma água no bar e saí andando, mais ordinário do que nunca, simulei um tropeço e dei um banho de água gelada no “caminho”. Ele deu um forte suspiro, o que achei ótimo, sem frescura.
Pedi mil desculpas e fui logo secando, hehehehe…
Pedi de novo desculpas e comentei que estava procurando um lugar para sentar. “BINGO”, o convite foi feito:
– Sente aqui, eu estou sozinho.

Cesar, 39 anos, separado há 5 anos, filhos com a ex, jornalista, paulista, de férias, estava na ilha pela primeira vez. E eu, como “cria do Sul”, conheço a ilha como a palma da minha mão, convidei a dar uma volta e perguntei se ele conhecia a Galheta. Quem conhece sabe do que estou falando, sim, praia de nudismo.
Levei-o a conhecer. A trilha? Da Galheta? Ah, quem conhece sabe como é.

Entre muitas subidas e descidas, não o deixei escapar, me embriaguei naqueles beijos deliciosos, naquela barba serrada, naquele corpo peludo e naquela BR.
Este INOCENTE tropeço me rendeu um namoro de meses que agora chegou ao fim e, cara, estou sofrendo.

Michel, o que te dizer se não é a primeira vez que isso acontece e já acredito que nunca terá a última? Você, para fugir de algo sério e de responsabilidade, está sempre se atirando em aventuras que tem certeza de que não terão um alicerce.
Qual o medo de ter um relacionamento sério? De dizer meu namorado, meu noivo, meu marido?
Qual o problema em querer alguém para dividir tudo e fazer planos juntos?

Você e muitos vendem esse discurso surrado da “bela camponesa” de que querem um companheiro, uma pessoa pra dividir a vida, assistir filme, cozinhar juntos, cuidar do jardim, mas para isso existe um monte de coisas que vêm junto e isso vocês não querem assumir a responsabilidade.

Ter alguém não é comprar um objeto que se usa quando quer; existe todo um contexto que não é um conto de fadas, e isso vem junto com as coisas boas, mas a grande maioria não quer o ônus, só o bônus.

Rotina cansa, desgasta, é um saco, e se você não tiver jogo de cintura, desiste sim na primeira. Tem dias que o seu humor não bate com o do outro, que as escolhas não são as mesmas, que parecem que são pessoas que nunca vão dar certo, e é nesse momento que se mede o gostar. Mas a grande maioria já cai fora, ou, na verdade, nem assume mais um relacionamento porque esse momento vai chegar.

Percebo que as pessoas estão reclamando mais da falta de alguém, mas estão também se esquivando mais de assumir alguém com as responsabilidades que isso traz. “Mar de rosas” não existe; não esqueça que até as rosas têm espinhos. Agora a escolha é sua: acordar sempre com a cama vazia ou ter sempre rosas ali que às vezes possam te espinhar?

Viu, e dizem ainda por aí que eu não sou psicólogo!

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