#NOMEUCONSULTORIO 57 – QUANDO A PESSOA FALA DEMAIS, ACABA COMENDO NO PRATO QUE CUSPIU. FALE MENOS, OUÇA MAIS E AJA MODERADAMENTE.

 

 

E há quem diga que eu não seja psicólogo. Vocês acreditam?
Pois é, nem eu.

Paulo entra todo sorridente e estampado na cara que tinha muita coisa a dizer.

Sentou-se e já iniciou dizendo:
— Preciso te contar tudo, e depois você dá pitaco.
Disse:
— Ok!

— Recebi um convite de amizade pelo Face há um mês. Olhei para ver quem era e, olha, que era guapo o guri, como diz o gaúcho, mas, depois olhando bem, de guri não tinha nada.
Começamos a conversar, e isso acabou em uma visita marcada. Você me conhece, Salum: eu não perco tempo, vou mesmo.

— E você se atirou assim do nada, no nada?

— Deixa-me terminar.

Você não tem ideia do choque quando vi o cara. Era um monstro: quase dois metros, morenão, bocão… que Deus me livre, que delícia! E todo malhado.

Na hora pensei: me fudi!

Outra coisa que você sabe muito bem a meu respeito é que eu não curto malhado, até porque nem tenho essa nóia de cultuar o corpo. Nunca gostei de ter nada além de amizade. Mas pensei: “Ah… podemos ser amigos.”

Fomos a um café e almoçamos juntos. Comecei a sentir uma coisa estranha quando ele, disfarçadamente, tocava minha mão.

Pensei que isso ia dar merda e sentia meu coração bater mais forte. Cheguei a me perguntar se isso que é a tal da química, pois uma vez você me disse que leu em uma pesquisa que, quando rola a química, a cor do saco da gente muda. Até pensei em ir ao banheiro ver a cor que estava o meu, mas desisti. Tava gostando daquela sensação.

Como tinha um trabalho a fazer em POA, onde ele mora, me atirei mesmo e fui com a intenção de ficar uns dez dias.

Depois do almoço, pedi a ele para me levar ao hotel, e ele disse:
— Não, você vai ficar lá em casa.

Deu-me um gelo na barriga. Pensei: “Esse cara vai querer me comer, e eu não vou conseguir escapar dele. Afinal, quase dois metros de homem contra 1,75 de franguinho? Me ferrei!!!”

Mas, como louco que sou, aceitei ir para casa dele. E, resumindo tudo, que bom que minha boca é grande, hehehehehehe…

Salum, foram dez dias ótimos. Rolou química, rolou papo, rolou beijo, rolou tesão e muuuuuuuuuuuuito sexo — e que delícia! Parece que tínhamos sido feitos um para o outro. Era só se encontrar, e a coisa lá em baixo se manifestava.

E aí, meu amigo, se tinha como acontecer, a coisa rolava mesmo. O cara é tão louco quanto eu, ou mais. E quando não dava, eram beijos e abraços sempre que estávamos juntos.

Interrompi:
— Paulo, já conheço estas tuas histórias, e até agora não vi mudar nada. Mas vamos lá.

— Não, Salum — disse ele —, ainda me questiono se isso tudo é a tal da química ou apenas a tal da paixão, que eu, como você, sinceramente acho traiçoeira.

Ele não sabe, mas creio que fiquei apaixonado por ele. Os dez dias acabaram, eu voltei e preferi nem pegar o telefone, pois não acredito que daria certo. Ele é mais velho que eu, mais maduro, mais centrado.

Se bem que ando até pensando em criar juízo e voltar lá, quem sabe…

Mas o que posso dizer é que nunca fiz tanto sexo seguido e tão bom. Não tinha hora nem local — até de madrugada. E olha que sou dorminhoco e preguiçoso. Sentir aquele corpão todo enrolado no meu, nossas mãos percorrendo o corpo um do outro, se satisfazendo mutuamente em um sexo oral delicioso. E quando a coisa estava quentíssima, partíamos para o corpo a corpo.

— Então a coisa rolou mesmo? — perguntei. — E daí? Se permitiu ao que?

— Salum, você está querendo saber se ele, daquele tamanhão, me pegou ou não?

— Não foi isso que perguntei, mas já que tocou no assunto… Afinal, você diz que não curte ser passivo e que não diz nunca, mas quem sabe um dia? E agora está aí todo eufórico, se dizendo entregue e apaixonado.

— Para de ser curioso turco! Isso só interessa a mim e a ele, hehehehehehehe… e que gozos!
Acho que ainda estou embebido nos ares sulistas com tudo isso.

Enfim, eu que dizia que não me envolveria com “barbies”, dando uma de Ken.

— Paulo, é interessante saber que você, pelo menos desta vez, deixou tudo isso atrás do morro.

Foi, viveu, aproveitou e deixou isso como experiência positiva na sua vida.

Sabe o que digo disso? Estas loucuras podem sim dar certo, mas não são todos que têm esta chance. Agora, se permitir viver tudo que a vida nos oferece, isso sim é muito positivo — mas com maturidade para não cair em uma das armadilhas que o coração arma por aí, e também que o sexo apronta, pois este arma muito mais armadilhas.

E quando ele joga o tesão na roda, o cara cai feito pato.

Nem tive muito que falar. Afinal, pensamos muito parecido, e acho que teria feito a mesma coisa.

Viu? E dizem ainda por aí que eu não sou psicólogo!

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